Estudo acompanhou durante 17 anos pacientes com APLV avaliando os fatores de risco para a persistência de APLV na idade adulta.

Fatores de risco para persistência de APLV IgE mediada na idade adulta.

Autores: L. Nachshon MD, MR. Goldberg, MD, PhD, N Epstein-Rigbi, MD, Y.Katz, MD, and A.Elizur, MD   

Fonte: J Allergy Clin Immunol Pract Fevereiro 2025;13:369-77

Introdução: As taxas de resolução da alergia ao leite de vaca mediada por IgE aos 5 anos de idade e os fatores de risco para sua persistência foram descritos anteriormente.            

Objetivo: Estender o acompanhamento até o final da adolescência.                                  

Métodos: Este estudo acompanhou 23 de 54 pacientes diagnosticados com alergia ao leite de vaca IgE-mediada a partir de um estudo populacional de 13.019 recém-nascidos, que permaneceram alérgicos após 5 anos de idade. Os pacientes foram examinados aos 17 anos de idade, e seu histórico foi revisado. A tolerância imune foi determinada pelo consumo regular de leite sem reações adversas ou através de um teste de provocação oral (TPO) negativo. Paciente era considerado alérgico a leite se apresentava uma história de reação recente, objetiva e recente após ingestão de leite de vaca ou derivados associada a um teste cutâneo positivo, ou com um registro de IgE específica para leite com valor preditivo positivo ³ 95%. Os fatores de risco para persistência da alergia aos 17 anos de idade foram examinados durante toda a coorte.                                                                                                                                   

Resultados: Dos 23 pacientes acompanhados, 8 (35%) tiveram resolução espontânea e 15 apresentaram persistência da alergia ao leite de vaca. No geral, 39 dos 54 pacientes (72,2%) inicialmente diagnosticados com alergia IgE-mediada a leite de vaca tiveram resolução espontânea até 17 anos de idade. Os fatores de risco para persistência da alergia aos 17 anos incluíram teste cutâneo > 6 mm no momento do diagnóstico (P = 0.03), nenhuma oferta de fórmula de leite de vaca no berçário (P = 0.008) e presença de sibilância durante o TPO diagnóstico ou na reação inicial ao leite (P = 0.04). Sete pacientes apresentaram reações objetivas após os 5 anos de idade. Esses pacientes haviam apresentado mais sibilância (P = 0.045) ou anafilaxia (P = 0.02) na reação inicial ou durante o TPO ao diagnóstico e apresentavam mais asma aos 17 anos (P = 0.007).                                                                   

Conclusões: Uma taxa significativa de resolução espontânea de alergia IgE-mediada a leite de vaca ainda ocorre após os 5 anos de idade, e poucos dos pacientes alérgicos, principalmente asmáticos em atividade, apresentam reações objetivas no início da idade adulta. Isso deve ser considerado na abordagem de tratamento desses pacientes.

Comentário: Este estudo de Israel acompanhou crianças com APLV até os 17 anos de vida. Um estudo prévio já tinha sido publicado mostrando que 50 a 60 % das crianças com APLV perdem alergia até os 5 anos de idade. Agora os autores analisam os fatores de risco para uma APV persistente. Embora estes dados epidemiológicos possam variar de país para país, verifica-se que oferecer a proteína do leite no berçário, embora aumente a chance de a criança ficar alérgica, estes pacientes tendem a perder a alergia mais facilmente após os 5 anos de idade. A presença de asma em atividade e anafilaxia foram fatores de risco para persistência da APLV na idade adulta. No final das contas, 70 a 80% dos pacientes com APLV conseguem tolerar o leite antes de atingirem a idade adulta. WRF.

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